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1. Introdução

 

A publicação eletrônica, assim como no mundo desenvolvido, passa a ser uma realidade na América Latina e Caribe (AL & C). Ela se manifesta em diferentes meios de armazenamento e disseminação, como por exemplo, disquetes, CD-ROM e servidores ligados à Internet.

Em muitos casos, estas publicações são simplesmente versões eletrônicas de publicações em papel. Mas há também um número crescente delas que são produzidas e distribuídas somente em forma eletrônica.

É provável que no máximo em dois anos, a grande maioria da literatura técnica e científica em ciências da saúde, produzida na AL & C, seja publicada em forma eletrônica. Muitas razões levam a crer neste fato, entre as quais destacamos: redução de custos, maior capacidade de disseminação e maior eficiência na administração de coleções na forma de base de dados. Por outro lado, o desenvolvimento de metodologias e standards para a preparação de textos completos, aliado à facilidade de publicação oferecida pela Internet ao meio acadêmico, estimulará o fenômeno do autor-editor, que publicará seus próprios textos individualmente ou em associação com colegas, sem os formalismos que envolvem hoje a produção de revistas e monografias.

O esforço conjunto que os países da AL & C desenvolveram nos últimos 20 anos, para estabelecer o controle bibliográfico sobre a literatura em ciências da saúde produzida em papel em suas fronteiras geográficas, deverá estender-se também à publicação eletrônica.

O objetivo desta apresentação é analisar os desafios e aspectos relevantes que a publicação eletrônica apresenta à promoção futura do controle bibliográfico e disseminação da produção científica em saúde da AL & C e os possíveis impactos na estratégia que a BIREME e os países têm adotado e, em particular, na produção da base de dados LILACS e seus complementos, a nível nacional e de sistemas especializados.

2. A estratégia atual de controle bibliográfico e disseminação

 

A estratégia que tem assegurado o êxito do controle bibliográfico e disseminação da literatura em ciências da saúde na maioria dos países da AL & C pode ser resumida nos seguintes pontos:

  1. definição de uma base de dados regional - LILACS, como o instrumento principal de controle bibliográfico e disseminação a nível de AL & C e, a partir dela, bases de dados nacionais para o controle bibliográfico nacional, incluindo a produção de interesse local e bases de dados dedicadas a áreas específicas, como odontologia, administração em saúde pública, enfermagem, saúde e meio ambiente, etc.
  2. operação de LILACS de forma descentralizada, através de sistemas e redes nacionais de bibliotecas e centros de documentação e que conformam, a nível regional, o Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde;
  3. uso da Metodologia LILACS, que representa a linguagem comum assim como métodos e instrumentos para a coleta, armazenamento e intercâmbio de registros tanto da bases de dados LILACS quanto das bases de dados complementares;
  4. utilização de instrumentos comuns e compatíveis de disseminação, a nível nacional e internacional, das base de dados bibliográficas, como por exemplo, LILACS/CD-ROM e os serviços online nacionais e regionais.

Analisaremos, a seguir, os possíveis impactos e avanços necessários em cada um destes pontos.

3. A base de dados LILACS como instrumento integrador

 

A base de dados LILACS e suas congêneres contêm registros bibliográficos que referenciam a produção em ciências da saúde da AL & C, incluindo os seguintes tipos básicos de literatura: publicações periódicas, monografias, teses e literatura não convencional. Neste sentido, a base de dados LILACS representa uma solução integrada ao controle bibliográfico, em dois aspectos principais: cobertura geográfica, unindo os esforços dos países da região congregados na Organização Pan-Americana da Saúde e cobertura de praticamente todas as formas tradicionais de comunicação da produção científica em saúde da região.

Qual é o impacto que o surgimento e a disseminação da publicação eletrônica, seja através de diskettes, CD-ROMs ou servidores de Internet, representam ao escopo geográfico e temático da LILACS?

Em princípio, nenhum, pois a grande maioria das publicações em forma eletrônica ou são versões de publicações já existentes em papel ou, se produzidas exclusivamente em forma eletrônica, podem ser classificadas em um dos tipos clássicos de literatura da metodologia LILACS. Em ambos os casos, com alguma flexibilização, são referenciáveis por LILACS. Neste sentido, nada impede que LILACS e suas congêneres continuem representando uma solução integrada ao controle bibliográfico e disseminação da literatura em ciências da saúde da AL &C, independentemente do meio de publicação. Isto é, as necessidades de informação dos usuários poderão ser satisfeitas com pesquisas bibliográficas submetidas às mesmas bases de dados, podendo o resultado incluir simultaneamente citações de publicações em papel, meio eletrônico ou ambos.

Embora esta conclusão possa parecer ao mesmo tempo tranquilizadora, no sentido de amenizar o impacto da publicação eletrônica na produção de LILACS, e simplista, ao reduzir as publicações eletrônicas, pelo menos para efeitos de descrição bibliográfica, a uma simples transferência de meio de publicação ou diferentes materializações, de papel para digital, ela representa, entretanto, uma série de desafios, tanto a nível metodológico quanto operacional. Entre estes desafios, podemos destacar aqueles relativos a: (a) localização e acesso aos documentos; (b) administração e manutenção das coleções eletrônicas; e (c) evolução contínua da publicação eletrônica em um processo de distanciamento das formas e tipos tradicionais de literatura.

Em outras palavras, a introdução do controle bibliográfico da literatura em papel e eletrônica representará certamente um avanço para o sistema regional, mas certamente afetará a sua operação e requererá o enriquecimento na formulação da metodologia LILACS e no seu registro bibliográfico.

4. Operação descentralizada de controle bibliográfico

 

Um dos avanços notáveis na evolução do controle bibliográfico da literatura em ciências da saúde produzida na AL & C foi o processo paulatino de descentralização da sua operação a diferentes níveis regionais, nacionais e temáticos. O grande significado deste processo tem sido o desenvolvimento das capacidades nacionais e locais em criar, desenvolver e operar sistemas de informação científica. É importante notar que a grande maioria das bibliotecas nacionais e regionais estão intimamente ligadas a centros de ensino e pesquisa, assim como a órgãos governamentais, e portanto próximos às fontes de geração e produção de literatura em ciências da saúde, o que facilita todas as atividades relacionadas com sua localização e processamento. Em muitos casos, as bibliotecas são responsáveis ou têm participação direta nos processos editoriais.

O uso de tecnologias de informação, adequadas às condições locais de recursos humanos e infra-estrutura de equipamentos e comunicações, tem permeado todo o desenvolvimento do sistema regional, particularmente a operação de controle bibliográfico e disseminação de informação. A metodologia LILACS foi desenvolvida originalmente visando processos automatizados. Hoje, toda a geração e transferência de registros bibliográficos é feita via diskettes ou via Internet. LILACS/CD-ROM está disponível em mais de 400 instituições da AL & C e progressivamente as bibliotecas estão criando e desenvolvendo seus servidores na Internet.

Nesse sentido, podemos afirmar que, com enormes dificuldades e barreiras, as bibliotecas e centros de documentação em ciências da saúde da região têm demonstrado capacidade de adotar e adaptar-se aos avanços das tecnologias de informação, ainda que com diferentes velocidades.

O surgimento da literatura em forma eletrônica está ocorrendo de forma progressiva nos mesmos centros geradores e/ou produtores de literatura em papel, de forma que as bibliotecas e centros de documentação não são alheios a este processo. Ao contrário, poderão e deverão exercer um papel incentivador e normalizador no processo de introdução e uso da publicação eletrônica. Esta inserção ativa contribuirá para que o controle bibliográfico das publicações eletrônicas se processe de forma tão ou mais eficiente que as publicações em papel. Esta afirmação será progressivamente uma realidade na medida em que a produção das publicações eletrônicas siga uma metodologia comum que permita a geração automática do respectivo registro bibliográfico.

Um dos objetivos das redes nacionais e regional de bibliotecas é a promoção do compartilhamento de recursos bibliográficos, em particular das coleções em papel. Este objetivo é cumprido através dos serviços de empréstimo entre bibliotecas e comutação bibliográfica. As tecnologias de informação têm aportado uma contribuição extraordinária ao funcionamento destes serviços, incluindo o direcionamento de pedidos a bibliotecas específicas auxiliado por bases de dados de coleções e a transferência de pedidos via Internet. As publicações eletrônicas, seja em diskettes, CD-ROM e/ou servidores de Internet, poderão ser processadas pelos serviços de comutação bibliográfica com igual ou maior facilidade que as publicações em papel. Assim, o envio de um documento publicado em CD-ROM poderá ser feito em papel via correio ou fax ou de forma completamente eletrônica via e-mail ou ftp. O mesmo se aplica para o envio de documentos publicados em servidores da Internet, particularmente quando o solicitante não está conectado à Internet.

5. A Metodologia LILACS

 

Como vimos anteriormente o escopo de LILACS, quanto aos tipos clássicos de literatura e níveis de análise, não se vê afetado pelo fato do meio de publicação ser em papel ou eletrônico. Assim, é possível produzir registros para LILACS com a descrição bibliográfica e indexação de artigos de revistas, monografias e capítulos de monografias, trabalhos apresentados em congressos, etc. publicados em diskettes, discos compactos ou em servidores da Internet.

O que não existe atualmente no registro bibliográfico é a indicação do meio físico em que se encontram os documentos, dada a suposição que os mesmos são publicados em papel, assim como sobre novos tipos de dados incluídos nas publicações eletrônicas, como por exemplo, som e vídeo.

Esta lacuna pode ser superada com a introdução da descrição de identificação do meio eletrônico, sua localização e meio de acesso, de forma a complementar os dados que já existem referentes a localização de publicações em papel. Esta descrição deve incluir como mínimo, os seguintes elementos de dados (a partir de uma adaptação do campo de dados 856 do USMARC):

  • identificação de meio eletrônico, que pode ser: diskette, CD-ROM ou Internet;
  • software ou protocolo de acesso. Para diskette ou CD-ROM, é a identificação da interface de recuperação. Para Internet, poder ser: e-mail, ftp, telnet, gopher, www;
  • localização na Internet. A localização depende do protocolo, mas deverá ser utilizado o Uniform Resource Location (URL), sempre que possível.

Quanto à presença nos documentos de novos tipos de dados somente possíveis em formas eletrônicas, o seu registro pode ser feito utilizando o elemento de dado da metodologia LILACS chamado "Informação descritiva", destinado a registrar material ilustrativo que acompanha o texto. Basta adotarmos além dos materiais considerados atualmente, que incluem ilustração, mapas, tabelas e gráficos, os seguintes novos tipos: som, vídeo, animação e hyperlinks.

Estas atualizações no registro bibliográfico não representam um grande impacto e, após um período de testes e ajustes, poderão ser implantadas nos procedimentos de entrada de dados, pesquisa e apresentação das referências. Ao restringir a aplicação dos novos elementos de dados somente às publicações eletrônicas, os registros atuais permanecem válidos e compatíveis sem necessidade de modificação alguma. Desta forma, se implementa de forma integrada o registro bibliográfico tanto de publicações em papel quanto em meio eletrônico.

Entretanto, a modificação que se faz necessária introduzir na Metodologia LILACS para acompanhar de forma ativa o desenvolvimento da publicação eletrônica vai muito além da simples introdução dos elementos de dados no registro bibliográfico visando sua localização e acesso.

É perfeitamente possível, com o desenvolvimento atual da tecnologia de informação, que no processo de geração das publicações eletrônicas se gere o respectivo registro bibliográfico de LILACS de forma automática, o que significará um avanço fantástico no processo de controle bibliográfico e disseminação de informação. Isto é, LILACS não somente representará uma solução integrada de referência bibliográfica a publicações em papel e meio eletrônico, mas proverá de forma integrada e imediata o acesso aos textos completos das publicações eletrônicas.

Da mesma forma que a operação integrada e descentralizada do controle bibliográfico, exercido até o momento pelos países da AL & C, tem sido possível graças à existência e obediência à Metodologia LILACS de preparação de registros bibliográficos, o desenvolvimento da publicação eletrônica, seu controle bibliográfico e disseminação serão facilitados senão viabilizados através de uma metodologia comum de preparação de publicações eletrônicas.

Seguindo a tendência internacional, a metodologia LILACS para a preparação de publicações eletrônicas deverá seguir a norma ISO 8879:1986 conhecida como SGML - Standard Generalized Markup Language. O SGML é uma meta-linguagem que permite a descrição de textos através da marcação de elementos que conformam a sua estrutura e/ou conteúdo; é aplicada para gerar linguagens que descrevem tipos específicos de textos, como por exemplo, artigos de revistas, livros e capítulos de livros, etc. As linguagens derivadas do SGML e que descrevem tipos específicos de textos são conhecidas como Definição de Tipo de Documento (DTD), traduzido de Document Type Definition. A aplicação mais popular do SGML é o HTML (Hyper Text Markup Language) que é o standard de preparação de textos para o protocolo WWW (World Wide Web). O HTML é uma DTD que visa principalmente a apresentação de textos e hypermedia, não incluindo a marcação dos elementos que conformam os registros ou referências bibliográficas.

O SGML se caracteriza pela independência de equipamentos e softwares, facilitando sua transferência entre plataformas e assegurando compatibilidade com o futuro. Documentos marcados com SGML podem ser apresentados nos mais diferentes formatos e meios, incluindo impressão em papel, mostra em monitores e transferência através de redes de comunicação. Finalmente, ao descrever os elementos que conformam um texto, este é passível de ser lido por programas de computador e armazenados em bases de dados, o que significa maior eficiência na manutenção e recuperação.

A aplicação do SGML na preparação de publicações científicas nos países desenvolvidos, incluindo a provisão de controle bibliográfico, conta com várias iniciativas, experimentos e soluções implementados a diferentes áreas do conhecimento e/ou a diferentes tipos de documentos. Não existe, entretanto, nenhuma norma internacional definindo DTDs para os diferentes tipos de documentos. Uma estratégia implementada nos Estados Unidos e Europa e que representa um caminho para o desenvolvimento da metodologia LILACS para texto completo, consiste em associar duas DTDs aos diferentes tipos de documentos, uma destinada a marcação do texto completo e outra chamada de cabeçalho (header) destinada a marcação dos elementos de dados bibliográficos que descrevem um documento. A partir da marcação de um cabeçalho de um documento, é possível gerar o registro bibliográfico tradicional e armazená-lo em uma base de dados. Além do mais, esta estratégia se ajusta ao fato que é mais fácil chegar-se a um acordo sobre uma DTD para a marcação dos elementos bibliográficos do que para marcação de textos completos, que envolvem elementos complexos, como por exemplo, fórmulas matemáticas, estruturas químicas, gráficos, multimídia, etc. que normalmente não são incluídos nos registros bibliográficos.

Neste sentido, nossa proposta é que LILACS conte com uma DTD cabeçalho standard que descreva todos os elementos do registro bibliográfico, a qual deverá ser compatível com DTDs internacionais. Por exemplo, uma das soluções disponíveis internacionalmente é a DTD Header MAJOUR (Modular Application for Journals) desenvolvida pelo European Workgroup on SGML (EWS) a partir da DTD para artigos de revistas da American Association of Publishers.

Ao promover o uso desta DTD como ponto de partida para um cabeçalho standard das publicações eletrônicas, o Sistema Regional estará viabilizando progressivamente o controle bibliográfico automático da literatura em ciências da saúde produzida na AL & C. O passo seguinte é promover, junto aos principais editores, a adoção de DTDs para a preparação dos textos completos e seu armazenamento em bases de dados. Esta estratégia permitirá que o Sistema Regional assuma um papel de liderança no desenvolvimento da publicação eletrônica na AL & C, assegurando aos usuários mecanismos integrados para a recuperação de informação científica independentemente do meio em que foi produzida. Além do mais, a metodologia LILACS poderá acompanhar mais facilmente os desenvolvimentos internacionais na área de publicação eletrônica, incluindo aqueles aspectos em que se verifica um distanciamento progressivo dos tipos tradicionais de literatura, como é o caso das publicações na Internet que tendem a usufruir tanto da interactividade quanto da conexão entre documentos.

O uso de DTDs standards significará usufruir das mesmas vantagens já comprovadas com o uso da metodologia comum LILACS para registros bibliográficos, entre as quais destacamos: (a) economia de escala no desenvolvimento de instrumentos metodológicos e formação de recursos humanos; (b) o uso de interfaces comuns de acesso aos textos completos, que promoverá aumento no fluxo de informação entre os autores/produtores e usuários; (c) estabelecimento de uma plataforma comum para o desenvolvimento de novos produtos e serviços de informação, como bases de dados de textos completos especializados, controle preciso do uso das publicações, estudos bibliométricos, etc. e; (d) uso de procedimentos, métodos e instrumentos ao mesmo tempo adequados às condições da região e compatíveis com standards internacionais.

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